SILÊNCIO

Cale a boca, mas que inferno! Será que ninguém pode, por um instante ao menos, parar de fazer esse maldito barulho? Minha cabeça lateja e não posso nem falar qualquer coisa: as pessoas simplesmente não me ouvem. Escutam somente o malfadado barulho, insuportável!
Ah, mas um dia as pessoas vão me ver. Todas essas vozes, todos esses carros buzinando, todos esses sons que te desviam de mim, que fazem você fugir dos meus domínios para se perder nesse mar delirante; um dia tudo isso vai cessar para você. Todos esses ruídos te deixam tão louco, tão desnorteado, tão sem destino que sou eliminado de seus pensamentos, de suas reflexões. O barulho nos separa e te hipnotiza, faz você me esquecer. Maldito!
Odeio-o. Gostaria de poder acabar com ele. Tomar conta de todos os espaços. Permitir somente conversas interiores, conversas comigo. Você seria tão mais feliz...tão mais...racional...
Mas talvez tudo isso seja impossível. Os pássaros vão cantar, as folhas vão balançar, e o barulho sempre vai estar por perto, irritando-me. Acho que só poderei mesmo estar totalmente presente em um único dia, nomomento em que todos os sons morrerão para você. No seu último.

NOVO VISUAL

É, galera, resolvi mudar um pouco a cara do blog. Estava tudo muito rosa, sabe, e muito rosa não combina comigo...então coloquei um visual mais light. Espero que tenham gostado, caso contrário, eu mudo de novo. Afinal, quem manda são vocês! Bjinhos para todos!

SONHO

Aha! Atendendo a pedidos (especialmente da Aline e da Paty), estou colocando aqui o Sonho. Eu não sei o que vcs vêem de tão especial neste texto (ele nem é o meu preferido...), mas já que vcs gostam tanto dele, não posso privá-las de sua companhia...

SONHO

Divagações, divagações...sou seu grande bibliotecário.
Os dias passam e você vê tantas coisas...sente, toca...você tem dias tão agitados que nem percebe que ando pelos corredores do seu inconsciente, guardando memórias nos seus respectivos lugares. E elas ficam lá, esperando somente serem chamadas por mim.
E então chega a noite. Você repousa sob o travesseiro, aguardando o sono, cálice de descanso, vir. Deixa sua imaginação fluir, vê situações surreais, tenta adivinhar o futuro, pensar e se arrepender do passado. Sente saudade, amor tristeza e esperança de que, quando acordar, tudo será melhor. E seus olhos se fecham. E, sem sentir, você adormece.
E eis que eu entro em ação. Entro em sua biblioteca particular e convoco suas memórias. Misturo-as com seus devaneios, suas sensações. Mostro-as a você, como se fosse um filme. Nas profundezas do sono, você também sente, ouve, vive. Surpreende-se com sua própria mente, orquestrada inteiramente por mim.
E eis que um novo dia se inicia. Você acorda. Às vezes se lembra de mim. Gosta de mim. Às vezes quer me esquecer: não fui bom para você. E na grande maioria das vezes, você nem se lembra. Mas não se preocupe, sempre haverá uma outra noite.

Bom, aí está...continuo na próxima semana (qual será o próximo? Aceito sugestões...)

SAUDADE

Essa vai pro pessoal da ECO. Estou começando hoje as séries sobre os sentimentos e coisas afins. Espero que gostem.

SAUDADE

Toque-me. Estou tão perto...e estou tão longe...estou em tantos lugares...
Moro em corações separados. Separados pela distância, pelo tempo, pela morte. Às vezes tão próximos fisicamente, mas na realidade tão frios, tão...distantes.
Tudo o que faço é aproximar. Quando quase as sufoco, elas se buscam. Por um simples retrato, uma lembrança, elas se sentem. E começam a me matar.
Sim. Eu morro aos poucos. A cada conversa no telefone, a cada carta respondida, a cada retrato colocado e visto à cabeceira da cama, suspirado e chorado. Mas um choro que causa alívio. Você se sente cada vez mais feliz enquanto eu agonizo. Lentamente. E então eu sofro insuportavelmente. Torno-me tão inconveniente que você não consegue mais conviver comigo.
E aí você decide me matar de uma vez por todas...
Os dois corações combinam de se verem, se encontrarem enfim. E quando chega o grande dia, vocês se tocam, se abraçam, se sentem. Demonstram todo o seu amor. E então eu morro. E você nem percebe.
Mas um dia vocês terão que se separar...
E aí eu nascerei novamente...


(Para Aline: calma, o Sonho já está vindo, não me esquecerei dele...)