Thursday, April 06, 2006

É...eis que atualizo novamente!

Olá pessoas que são adeptas de uma ideologia subjetiva!
Após longo tempo de abandono, atualizei o blog novamente! Estava ficando difícil manter o blog, estudar, fazer os textos das trovadoras...enfim, mtas coisas para a minha mente primitiva. Mas aí está mais um pequeno conto. Vou logo avisando que até eu me surpreendi com o que saiu dele: começou despretensioso, como uma simples vontade de escrever algo, e foi me surpreendendo na medida em que fluía da mente para o papel...
Sem título
A cada minuto tinha convicção de que aquilo não era lugar para ele. Cores, luzes e música alta, que fritava seus neurônios a cada batida frenética. Nada dos clássicos que ouvia. Mulheres bonitas dançavam sensualmente, e os homens, cada um com seu copo de cerveja, admiravam-nas como a um mero objeto de cobiça. Nenhuma poesia, nenhum romantismo, nada. O que não fazer para se tornar sociável...
O ritmo agora mudava. Ficava ainda mais eletrizante. Ele tinha a impressão de que ia ensurdecer, mas as pessoas gostaram e demonstraram sua aprovação com gritos e aplausos. Alguma garota lhe ofereceu algum copo de alguma coisa, que ele aceitou prontamente, sem pensar. Ela lhe deu um sorriso extasiante, esperando algo em troca que ele sabia muito bem o que era. Mas disse um singelo “obrigado” e ela, desmanchando o sorriso na mesma hora, foi embora. Encontraria outro cara, mais tarde ele saberia.
Bebeu, e aquilo fez sua garganta arder. Mas o gosto era bom. Tomou de uma só vez. Afinal, estava ali com o pessoal da faculdade, precisava se enturmar, fazer amigos, enfim, se soltar. E, tímido como era, nada melhor do que beber para isso. Acostumar com aquela música é que ia ser difícil.
Não sabia dançar, mas isso era coisa que se resolvia. Chegou perto de um grupo de meninas: uma delas parecia bem interessante. Iniciou alguns passos e se aproximou de seu alvo. Olhava para ela, fixamente: as belas curvas renderiam-lhe bons comentários entre seus novos “velhos amigos”. Mas, suspendendo o olhar por um instante, viu algo que jamais esperaria encontrar ali. Viu a poesia personificada na forma de uma mulher.
Calça jeans, camiseta preta. Não via seu rosto, ela estava de costas para ele. Cabelos na altura dos ombros, extremamente negros e lisos. Movia-se com lentidão, como se não ouvisse a música que invadia o ambiente. Tinha as mãos nos cabelos e, suspendendo-os por um momento, permitiu sem querer que ele visse sua nuca. Estava em um outro universo, dançava conforme sua música. Simplesmente não se importava com nada ao seu redor.
Para ele, ela era linda. Seu corpo dançava com graça e suavidade, não percebendo o olhar que o percorria. Cores, luzes e música alta, tudo parou de repente.
Ela lentamente se virou na sua direção, ainda dançando em seu ritmo particular. Olhos fechado, cabeça ligeiramente inclinada para frente, mãos ainda perdidas entre os fios lisos, escorregando entre eles. Ele a observava e a admirava. Onde estaria o pensamento daquela pintura, obra de arte viva? Certamente não naquele lugar. E perdeu-se ali, sem qualquer noção de tempo ou espaço. Socializar ou não, isso não tinha a menor importância agora.
De repente, ela abriu os olhos, e seu olhar queimou-o como brasa ardente. Parou de dançar, como se o fato de ser observada a incomodasse. Sorriu para ele, e ele foi aos céus. Parados, estranhos um para o outro. O tempo, suspenso.
Ela fechou os olhos novamente e voltou a dançar. Ele teve a impressão de que ela se afastava, mas quando deu por si, já estava sendo arrastado pela outra mulher. Beijou-a rapidamente, para acabar logo com aquilo. Mas, quando abriu os olhos, a poesia não estava mais lá. Tinha-se perdido.

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Uh la la, voltaste arrasadora!! \o/

Eu tenho uma teoria relativa a esses amores de noite: eles têm 99% de chances de não durar, pelo menos comigo é sempre assim. A poesia sempre se perde, hehehehehe.

Enfim, quanto ao texto propriamente dito: tá FODA!! É maravilhoso ver como o seu estilo mais sentimental não destoa do clima bombante de uma boate, coube direitinho e combinou com o rapaz. Aliás, ele é bem meu tipo, hehehehe

Bjs bjs bjs, 'votchka!! Vê se não some mais daqui XDDD

April 8, 2006 at 7:08 PM  
Blogger Paty said...

Aaaaaaaaaaaah, como assim o mané não ficou com a menina??? :D Eu quero matar a mulé que empatou o babado!

Ok, reações indignadas à parte, adorei o texto! Embora eu seja completamente suspeita, já que o ambiente urbano de uma boate é totalmente o meu estilo... Aliás, eu vi ecos daquele meu conto do threesome nesse aí. Ou viajei bonito? :)

Gosto muito de ver como seu estilo se adapta a vários ambientes sem perder o toque pessoal e suspirante!

Agora, com banda larga, não tem desculpa pra não atualizar, hein?

April 11, 2006 at 2:54 PM  
Blogger MôNiCa said...

Bom, somente uma observação da autora...
P/ mim, essa mulher não é de carne e osso. Ela é fruto da imaginação do cara. Agora, divaguem! haha

July 31, 2006 at 6:36 AM  

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